santa ayahuasca

A História da Ayahuasca

AYAHUASCA

INTRODUÇÃO

É conhecida em diversas culturas pelos seguintes nomes: yajé, caapi, natema, pindé, kahi, mihi, dápa, bejuco de oro, vine of gold, vine of the spirits, vine of the soul e a raça para a língua portuguesa resultou em hoasca. Sendo conhecida amplamente no Brasil de chá do Santo Daime ou vegetal. Já na linguagem Quechua, aya significa espírito ou ancestral, e huasca significa vinho ou chá. O nome se aplica a bebida preparada por meio da mistura da Banisteriopsis caapi e da Psichotria viridis. Apesar das variações acerca das plantas usadas farmacologicamente, parte delas são similares. Nesta revisão, o termo ayahuasca será usado para designar a bebida resultando na combinação dessas duas plantas.

Nas preparações contêm talos socados da Banisteriopsis caapi ou correlatas mas as folhas da Psichotria viridis. Ajudam a maximizar as experiências de estimulação visual e as sensações de contato com forças sobrenaturais e divinas. Já os métodos de preparo variam conforme o grupo, sendo um chá quente ou amassados em água fria, deixando descansar em torno de 24h. Um processo longo que leva um dia para ficar pronto, que torna a “tecnologia” de produção insuficiente para a produção de grande quantidade.

A HISTÓRIA

O uso da Ayahuasca tem suas origens na bacia Amazônica que remontam à pré-história. Não sendo possível afirmar quanto a prática teve sua origem, há evidência arqueológica, desenhos que levam a crer no uso de plantas alucinógenas vem desde 2.000 a.C.

Há relatos da época da colonização européia, principalmente de padres e monges evangelizadores , que descrevem o uso de bebidas nas culturas indígenas. O que inegavelmente foi feito de forma preconcebida, como parte de rituais orgiásticos e demoníacos decorrentes da presença de deuses dentro daquelas plantas.

O uso dessas plantas foi proibido pela Santa Inquisição em 1616. Alguns padres jesuítas descreveram o uso de poções diabólicas, mas suas funções cerimoniais e divinatórias persistiram no Peru durante o século XVI, tornando-se uma forma cultural de resistência contra invasores. Após a conquista, houve relatos da existência de uma “abominável universidade de idolatrias” na cidade perdida de Villacamba, onde esses poderes mágicos seriam usados.

O uso da ayahuasca e a antropologia

Ayahuasca

Pode-se resumir o fenômeno ayahuasca como consumo de uma substância psicoativa e seus efeitos no corpo humano. Faz parte de um fenômeno histórico, social e antropológico pode ser realmente compreendido desta interdisciplinaridade.

Tem relatos do uso em toda Amazônia Ocidental, o seu de ayahuasca chegou na costa do Pacifico no Peru, Colômbia e Equador e na costa do Panamá. Foi identificado 72 tribos indígenas de diversas etnias.

A ayahuasca é considerada uma bebida mágica inebriante de origem divina entre as várias tribos da bacia amazônica. Às vezes, ela é considerada como um ser divino que “permite que a alma se liberte de seu confinamento físico”, retornando a si mesma de acordo com o desejo e a posse do conhecimento sagrado. É usado entre os nativos para fins médicos, religiosos e religiosos, além de fornecer visões cruciais no planejamento das caçadas, na prevenção de maus espíritos e na defesa contra ataques de animais da floresta.

O uso da Ayahuasca sobreviveu aos ataques das culturas dominantes e aos poucos se espalhou para os mestiços, chegando até as pequenas cidades da região amazônica. O uso de bebidas tem se expandido nas cidades, com os xams da Amazônia Peruana se referindo a si mesmos como “vegetarianos”. Eles ajudam pessoas em áreas rurais e pessoas pobres em áreas suburbanas que têm poucas outras opções em situações críticas de saúde, saúde mental e situações “sobrenaturais”.

A partir desse contexto ayahuasqueiro e xamânico, o uso da bebida teve um desenvolvimento único na Amazônia brasileira , com a formação, no estado do Acre, de religiões ayahuasqueiras ou daimistas a partir de meados do século XVI. Esse movimento começou com Mestre Irineu, um negro maranhense que chegou ao Acre em. Foi através dele que essa compreensão milenar da ayahuasca foi reimaginada dentro de um sincretismo esotérico e cultural que fundiu aspectos indígenas, influências afro trazidas do Mestre Irineu , neto de escravos nascido no Maranhão, com influências esotéricas e espirituais, tudo dentro de uma contexto.

A doutrina do Daime já tinha uma identidade de propriedade em meados da década de 30, mas tomou aproximadamente 3 décadas para se constituir do desenho ritual básico que conhecemos hoje.

Vários segmentos do movimento daimista foram produzidos após a passagem do mestre em julho de 1971. Sebastio Mota de Melo, um dos discípulos mais importantes do Mestre Irineu, foi um dos primeiros a escolher seu próprio caminho, mantendo a base do ritual, as fardas e os principais hinários.

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